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CPM22 faz shows em Nagano e Shizuoka

EM 2005, a MTV Brasil pediu ao público para eleger pela internet a Banda dos Sonhos, uma seleção dos melhores músicos do rock e do pop brasileiro. Deu Pitty nos vocais, Edgard Scandurra (Ira!), na guitarra, Champignon (Revolucionários), no baixo e Ricardo Japinha, (CPM22), na bateria.Pois o "baterista dos sonhos" chega ao Japão nesta semana junto com os companheiros, o vocalista Badaui e os guitarristas Wally e Luciano. O CPM22 tem dois shows marcados no país, o primeiro em Nagano e o segundo em Hamamatsu (Shizuoka). Dias antes de embarcar, Ricardo Japinha conversou com a reportagem do International Press e falou da expectativa para as apresentações. "Será emocionante, pois é nosso primeiro show internacional", empolga-se Japinha, que é uma espécie de porta-voz da banda.Nascido em 1995, no circuito alternativo paulista, o CPM22 (Caixa Postal 22 ) é herdeiro da estética punk-hardcore californiana que ocupava a mídia na década de 90 e tem influências de bandas como Kiss, Smashing Pumpkins e Weezer. O sucesso chegou com o primeiro disco, CPM22, lançado em 2001, e a estréia do clipe Regina, Lets Go na MTV brasileira.Hoje, o quarteto cumpre agenda de 15 shows por mês e já tem quatro discos no currículo, o último é o recém-lançado Felicidade Instantânea. O quinto CD é parte do projeto MTV ao Vivo e chega às lojas neste mês acompanhado de um DVD. Enquanto esperam o disco e o DVD, o fãs no Japão já podem se preparar para conferir a perfomance do grupo ao vivo. O grupo está animado. "Mal podemos esperar pelos shows", diz Japinha. "Por favor, compareçam! Prometemos um show bem bacana."International Press: Como será o show no Japão?Japinha: Será emocionante para nós, pois é o nosso primeiro show internacional. Ao mesmo tempo, não diferirá muito dos shows que costumamos fazer em nossas turnês normais pelo Brasil. Estamos bastante empolgados com a perspectiva da viagem, de conhecer uma nova cultura e fazer o que mais gostamos, ainda mais tão longe de casa.IP: Depois de relutar, vocês aceitaram um convite da MTV para lançar um CD ao vivo. Por que a princípio não queriam fazer esse disco?Japinha: No ano, foi o segundo convite seguido da MTV. Devemos muito a ela, temos um ótimo relacionamento com a emissora e estamos em um momento em que podemos realizar tal projeto - afinal temos mais de 10 músicas com videoclipe estouradas nas paradas radiofônicas. Realmente não era algo que queríamos para o momento, pois não nos consideramos uma banda com um show fenomenal de execução. Queríamos ficar mais experientes pra gravar um disco ao vivo, mas acho que vai ficar bom.IP: Quais são as banda brasileiras que mais chamam a atenção de vocês? Existe alguma rivalidade entre o CPM22 e algum outro grupo?Japinha: Gostamos de muitas bandas que o grande público não conhece, como o Garage Fuzz, o Hurtmold e o Polara. Los Hermanos também nos agradam. Já houve rivalidade com o Charlie Brown Jr., mas acabou em pizza.IP: O CPM22 fez muitos "showmícios" em épocas de eleição. Vocês se arrependem depois de todo este escândalo político no país?Japinha: Não nos arrependemos. Hoje em dia, infelizmente, a eleição é um negócio. Não é o show do CPM22, do Zezé, ou da Ivete que irá ganhar as eleições para determinado político, mas sim o dinheiro investido no marketing da campanha. Até o PT, que tempos atrás se dizia tão independente desse processo todo, pagou uma fortuna para uma dupla sertaneja fazer 10 shows para sua campanha. A origem do dinheiro pago é discutido até hoje na Justiça. Somos uma banda que vive de cachê e estaremos no palco entretendo desde que a finalidade não seja algo como manifestação pró-guerra, terrorismo, corrupção ou algo do gênero. A campanha política é algo legitimado no país e vivemos de acordo com as leis. Não vemos mal nos showmícios, a não ser que seja do Collor ou do Maluf. O resto merece uma chance de provar suas virtudes.IP: Vocês chegaram a receber críticas de fãs quando assinaram contrato com gravadora grande?Japinha: Isso acontece com todas as bandas que saem do circuito alternativo e assinam contrato com uma grande gravadora. Os fãs diziam que estávamos nos vendendo, mas não dá pra morar sozinho, casar e ter filhos sem trabalhar, principalmente se você quer continuar tendo uma banda de rock no Brasil. Estamos muito felizes com nossas escolhas.IP: É verdade que cogitaram mudar o som da banda? Por que?

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