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Insônia: saiba como atacar esse mal - Parte 02

Photos.comCausasPhotos.comDivide-se as causas da doença em duas: primárias e secundárias.Dentre as primárias encontram-se a condicionada (a mais comum, motivada por situações adversas, como um forte estresse ou mudança de fuso horário), a paradoxal (que leva a pessoa a dormir sem perceber) e a idiopática (a mais rara e difícil de cuidar, presente desde a infância e que só permite ao indivíduo dormir pouco e em ocasiões especiais).Entre as secundárias figuram a depressão (nesse caso, o sono vem logo, mas some durante a madrugada e demora a reaparecer) e a ansiedade.Conseqüências“A insônia só é clinicamente importante quando provoca prejuízo”, afirma Silva. E esses prejuízos vão desde a área cognitiva, com diminuição do rendimento intelectual e perda de memória, até distúrbios gastro-intestinais (gastrite, úlcera, alterações no intestino), hipertensão arterial, diabetes, obesidade e depressão. “Ou seja, podemos ter a insônia como secundária a uma doença ou como comorbidade (ocorrência conjunta de dois ou mais transtornos em um mesmo paciente).Por exemplo, a pessoa tem insônia e depressão – a primeira piora a segunda e a segunda piora a primeira”. No fim das contas, vira uma bola de neve, e de nada adianta tratar apenas as conseqüências se a raiz do problema não for extirpada.TratamentosOs tratamentos para quem sofre do mal variam de medicações a terapias comportamentais, e os resultados costumam aparecer rápido – proporcionando uma situação de controle, e não de cura, que fique claro. A primeira medida adotada pelo médico é reduzir o tempo que o paciente permanece na cama, fazendo com que o sono se descompacte e, aos poucos, volte ao normal. Em seguida, deve-se realizar um controle dos estímulos que não deixam o indivíduo dormir – cortar café e televisão, por exemplo.O mais importante, vale frisar, é não ir para a cama enquanto se está 100% “aceso”. “A cama foi feita para quem está com muito sono e precisa de conforto, e não para quem quer dormir. Se você for deitar e, depois de 10 ou 15 minutos, não conseguir pregar os olhos, saia do quarto. Isso já é um bom estímulo para que o sono volte”, garante o especialista.Outro método indicado é o chamado estímulo paradoxal. Nele, o paciente repete para si próprio, com convicção: “Não quero dormir”. Ao mesmo tempo, segue seu ritual diário: veste o pijama, escova os dentes, lê um pouco etc.A idéia, por mais que soe infantil, é séria e visa fazer com que a ação planejada tenha o efeito contrário. “Com essas três técnicas simples, a pessoa pode melhorar muito seu tempo de sono, e isso sem o uso de drogas”, destaca o profissional.Por falar em remédios, eles devem ser aplicados apenas em casos agudos, pelo período máximo de um mês, e sempre sob recomendação médica (o indicado é procurar um neurologista, um pneumologista, um otorrinolaringologista ou um psiquiatra). “O uso por conta pode prejudicar condições pré-existentes ou mesmo a causa da doença”, alerta Silva. Isso sem contar os riscos de uma eventual dependência física, de acomodação à dose (quanto mais a pessoa toma, mais ela precisa do remédio, pois este deixa de fazer efeito) e de perda de memória (causada tanto pelo transtorno em si, como já visto, quanto pelas drogas destinadas a tratá-lo), esta última responsável por boa parte dos acidentes de trabalho.