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Japão inicia retirada de tropas no sul do Iraque

Um comboio formado por grandes caminhões carregados com veículos leves e outros apetrechos militares japoneses chegou neste domingo ao Kuait procedente da base de Samawa, na primeira etapa da anunciada retirada japonesa dessa cidade do sul iraquiano.A Agência de Defesa do Japão, citada pela agência de notícias Kyodo, informou que o comboio partiu hoje de Samawa carregando os veículos e o material de trabalho utilizados na base japonesa na cidade iraquiana da Província de Muthana.O comboio viajou protegido por uma escolta armada, mas a maior parte dos 600 militares japoneses destacados em Samawa ainda permanece nas instalações no Iraque.Em 20 de junho, o primeiro-ministro do Japão, Junichiro Koizumi, anunciou a retirada militar do sul do Iraque, onde as tropas japonesas trabalharam na reconstrução de Samawa desde o início de 2004.As tropas japonesas localizadas em Samawa tinham a proibição expressa --determinada pela Constituição pacifista do país-- de participar de ações bélicas.Apesar disso, a missão militar japonesa ao Iraque foi a maior enviada pelo Japão a outro país desde o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).A razão apresentada por Koizumi para ordenar a retirada foi que o novo governo iraquiano já obteve as competências de segurança militar correspondentes à Província de Muthana, o que muda a situação das forças estrangeiras ali posicionadas.Até agora, a proteção da base japonesa estava a cargo de forças britânicas e australianas.A retirada se refere aos homens e ao material que estavam em Samawa. O processo de retirada deve ser concluído em julho.No entanto, continuará o apoio logístico com vôos de transporte de tropas e mercadorias feito por três aviões C-130 e 200 militares da Força Aérea japonesa com base no Kuait.Koizumi disse que o Japão aumentará sua capacidade militar no Kuait para garantir o transporte de pessoal militar e civil dos Estados Unidos e da ONU, sobretudo como ponte aérea para Bagdá e Irbil (no norte curdo do Iraque).Durante o tempo em que estiveram posicionados em Samawa, os militares japoneses ajudaram na reconstrução de escolas e outros edifícios, forneceram medicamentos e proporcionaram assistência médica e sanitária à população local, trabalhado com o tratamento de água em alguns bairros.Este trabalho, no entanto, não foi positivamente avaliado por grande parte da população japonesa, que desde o princípio viu com receios o apoio incondicional de Koizumi ao presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, após os ataques de 11 de setembro de 2001.Em alguns momentos, até 69% dos japoneses rejeitaram a presença militar do Japão no Iraque, devido ao perigo que as tropas corriam e à aparente violação dos princípios básicos da Constituição pacifista.

Folha Online - Mundo - Japão inicia retirada de tropas no sul do Iraque - 25/06/2006

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