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Enxaqueca: um mal sério e perigoso

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Atire a primeira pedra quem nunca teve dor de cabeça. O problema é comum hoje em dia, principalmente em função da rotina estressante que muita gente leva. Acontece que algumas pessoas apresentam um mal-estar ainda maior, que se repete com freqüência e vem acompanhado de náuseas, vômitos e irritabilidade, entre outros desconfortos. Trata-se da enxaqueca, uma doença séria que afeta um quinto da população mundial – em uma proporção de três ou quatro mulheres para cada homem (ou seja, aqui elas também são as maiores vítimas).A enxaqueca é um desequilíbrio químico no cérebro que envolve hormônios, neurotransmissores e substâncias chamadas peptídeos (os dois últimos comandam as sensações e até o comportamento humano).Na verdade, o quadro tem origem em desordens hormonais e neuroquímicas ainda mais profundas e decorre do estilo de vida de seu portador – além, claro, da predisposição genética. Os sintomas, como já visto, não se resumem à dor, que pode ser latejante ou dar a impressão de que a cabeça vai explodir. Costumam preceder um ataque, além dos exemplos citados acima, aversão a claridade, barulhos e cheiros, visão dupla, embaçada, escurecida ou com pontos brilhantes, ansiedade, depressão, lacrimejamento, alterações do apetite, diminuição da força muscular, tonturas, diarréias, formigamentos e hipersensibilidade do couro cabeludo. Vale lembrar que nem sempre esses fatores aparecem associados e que a dor não castiga só o topo da cabeça, mas também a região dos dentes, dos seios da face e da nuca.As crises podem durar de três horas a três dias e, no geral, seguem-se de um período variável (há casos em que o paciente sente dor uma única vez na vida, ou então diariamente) sem nenhum incômodo. Grande parte de-las termina após uma boa noite de sono ou quando o enxaquecoso vomita. Depois, instala-se uma espécie de ressaca, que leva à intolerância passageira para atividades físicas e mentais.Bomba-relógioUm dos maiores inconvenientes da doença é que ela pode estourar de repente, motivada por atitudes banais, como pegar sol na rua, freqüentar lugares cheios, viver emoções fortes, acordar tarde, dormir durante o dia, atrasar refeições e ingerir bebidas alcoólicas ou certos tipos de alimentos (veja box ao lado). Até a prática de exercícios físicos acaba funcionando como um estopim para as crises. É justamente por isso que quem sofre do mal deve ouvir os apelos do organismo e procurar ajuda médica.TratamentosExistem dois tipos de tratamento para a enxaqueca: o sintomático e o preventivo. O primeiro cuida dos sintomas – ou seja, se a pessoa reclama de dor, o especialista vai receitar um remédio que a elimine. Já o segundo tem como objetivo evitar que a dor apareça, e é o mais indicado para pacientes com queixas graves. O tratamento preventivo divide-se ainda em três subtipos básicos: clínico, psicológico e complementar.Na terapia clínica, corrige-se o distúrbio causador do problema, fazendo com o cérebro produza e utilize a quantidade certa das substâncias químicas destinadas a manter o indivíduo saudável. Aqui também são prescritos medicamentos, variáveis dependendo do tipo de enxaqueca (há algumas seguidas de depressão e insônia, daí a necessidade de apoio psicológico). O alívio é rápido, e em questão de semanas os sintomas ficam sob controle. A próxima (e última) fase é a complementar, que consiste na manutenção dos remédios e no acompanhamento do paciente, a fim de que todo o sofrimento provocado pelas crises não volte a atormentá-lo – pelo menos não tão cedo Para evitar crises de enxaqueca, fique longe destes alimentos - Queijos - Chocolates - Sorvetes - Vinagre - Miúdos (fígado, rins, coração, moela etc.) - Embutidos (salsicha, lingüiça etc.) - Bebidas alcoólicas - Iogurte - Lentilha, amendoim e outras sementes do gênero Você deve procurar um médico quando - A dor for muito forte, acompanhada de enrijecimento da nuca. - A dor vier subitamente e/ou durar mais de um dia. - Sofrer de uma dor de cabeça diferente da comum. - Sua dor de cabeça de sempre piorar ou prolongar-se. - A dor de cabeça vier acompanhada de febre. - Apresentar distúrbios na fala, visão embaçada, formigamentos, perdas de memória ou dificuldades para andar ou movimentar-se. - A dor ocorrer em seguida a uma batida na cabeça. - Sentir dor localizada (em um dos olhos ou ouvidos). - A dor de cabeça o acordar à noite. - Tiver convulsões e/ou perda de consciência simultâneas à dor.