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Marinha em alerta por míssil norte-coreano

O Japão ordenou que o destróier Kirishima, dotado com radares de última geração, abandone com urgência as manobras de treinamento no Havaí e se incorpore à frota que vigia os preparativos norte-coreanos para o lançamento de um míssil.Fontes do governo citadas no dia 29 pela agência de notícias "Kyodo" afirmam que o destróier zarpou de Pearl Harbor, onde participava das manobras internacionais RIMPAC-2006. O exercício militar é comandado pelos Estados Unidos. Austrália, Canadá, Chile, Coréia do Sul, Grã-Bretanha e Peru também participam destas manobras.O Kirishima, de 7.250 toneladas, possui o moderno sistema de vigilância Aegis, um dos melhores para detectar um eventual lançamento de um míssil inimigo (de curto alcance) e abatê-lo com suas baterias de mísseis antiaéreos SM-3 (Standard Missile 3).Este repentino deslocamento do Kirishima acontece em meio à tensão crescente com a Coréia do Norte por seus preparativos para o teste de um míssil de longo alcance, o Taepodong-2, capaz de atingir alvos no Japão, nas ilhas Guam e no Havaí (sob controle dos EUA), e até mesmo no próprio território continental americano.O movimento militar japonês foi interpretado como um claro aviso de Tokyo ao regime norte-coreano, poucas horas antes da reunião entre o presidente americano, George W. Bush, e o primeiro-ministro japonês, Junichiro Koizumi, em Washington.Os dois governantes fizeram um apelo ao Governo norte-coreano para que abandone seu programa de desenvolvimento de armas nucleares e retorne às conversas multilaterais, paralisadas desde novembro de 2005 devido ao boicote de Pyongyang.Sobre as manobras RIMPAC-2006, realizadas a cada dois anos desde 1971, o Governo da Coréia do Norte declarou que "são mais provocativas e perigosas que as anteriores, devido a sua grande escala e à natureza agressiva".Em comunicado divulgado pela Agência Central de Notícias norte-coreana ("KCNA"), Pyongyang disse que "atuará com decisão" contra tal provocação. "O Exército e o povo da República Popular Democrática da Coréia acompanhará sempre, com um alto grau de vigilância revolucionária, os movimentos dos EUA e seus ajudantes contra a Coréia do Norte", acrescentou a mensagem.A imprensa japonesa advertiu por outro lado que, em meio à série de acusações verbais entre Coréia do Norte de um lado, e Estados Unidos e Japão de outro, os movimentos militares na região estão aumentando perigosamente.O Japão já conta com a presença de outros contratorpedeiros patrulhando suas águas territoriais e com todos os seus radares apontando para a península da Coréia. Estes contra-torpedeiros possuem o sistema de radares Aegis, pertencentes às Forças de Autodefesa.Os EUA também dispõem de dois navios com Aegis que participam da vigilância da Coréia do Norte. As embarcações militares estão baseadas em Yokosuka, sudoeste de Tokyo.O envio do Kirishima a estas turbulentas águas tem um significado muito importante, pois é o navio japonês que participou das provas realizadas com sucesso pelos Estados Unidos na semana passada para testar seu escudo antimísseis.Em outro exemplo da crescente militarização observada no Japão e em seus vizinhos, esta semana começaram os testes de um novo radar móvel chamado X-Band, especialmente desenvolvido para detectar e acompanhar mísseis.O radar se encontra na base das Forças de Autodefesa japonesas de Shariki, ao norte de Tokyo. O aparelho foi transferido em regime de urgência para a base americana de Misawa, também nessa região.Os testes com radar deveriam ter começado no final de agosto, mas foram antecipados devido à ameaça de lançamento do míssil norte-coreano. O X-Band permite detectar mísseis imediatamente após serem lançados, além de acompanhar sua trajetória e identificar seu possível ponto de impacto.