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Lojistas são vítimas de furtos

Arquivo

A prisão de uma brasileira que cometia furtos em várias lojas da região de Hamamatsu (Shizuoka) despertou uma certa revolta entre os comerciantes, que freqüentemente percebem o “desaparecimento” de vários produtos. O proprietário da boutique Angel Fashion, Ayrton Hiramatsu, disse que chega a ter prejuízos de 30 CDs por mês, além de peças de roupas. Segundo ele, uma das estratégias utilizadas pelas pessoas é vestir a peça e escondê-la por baixo da roupa que está usando, sem que o lojista perceba.“Aqui está ficando pior que o Brasil. Quem comete esse tipo de delito não deve ter consciência de que no Japão a pena é bem rigorosa”, afirma Hiramatsu. De acordo com o Código Penal, roubos e furtos chegam a gerar prisões de até 10 anos, sem contar que as recentes alterações da Lei de Imigração podem fazer com que o acusado não possa mais renovar o visto de permanência. O lojista disse que já flagrou vários clientes tentando roubar algum objeto, mas até então nunca chamou a polícia. Ao invés disso, fazia a pessoa devolver ou pagar pelos produtos. “Mas não dá mais para deixar assim. Daqui em diante, não vou ter dó de acionar policiais”, ressaltou.Essa atitude foi tomada pelo gerente-geral Márcio Moura, da rede de lojas WS, onde a brasileira foi presa há duas semanas. Segundo ele, já fazia tempo que a acusada embolsava roupas e até chegava a revender as peças. “As pessoas que roubam não têm noção do transtorno que pode causar a si mesma e à própria família, que também será investigada pela polícia. Devem achar que não vai acontecer nada por se tratar de objetos pequenos como CDs e perfumes”, diz.Mesmo com a instalação de câmeras de segurança e alarmes nos estabelecimentos, os casos de furtos ainda têm sido freqüênte.O lojista Luiz Carlos Fagundes Dias, da boutique Made in Brazil, disse que é difícil acontecer furtos em seu estabelecimento. Isso porque as roupas não ficam expostas em cabideiros. Segundo ele, as peças ficam guardadas - um sistema muito utilizado no Brasil - e os clientes são obrigados a solicitar o que deseja ao atendente. “É uma forma de melhorar a comunicação entre o lojista e o cliente”, afirma Fagundes.Mesmo assim, o lojista admite que já foi vítima de alguns pequenos furtos. De acordo com ele, ninguém tem necessidade de roubar no Japão e as pessoas que cometem esses delitos precisam ser reeducadas. “Isso só prejudica a imagem dos brasileiros. É preciso tomar providências para mudar isso”, afirma.