Não apenas corte e tintura, mas há diferentes tratamentos para o cabelo nos salões comandados por brasileiros em Oizumi (Gunma). A vaidade das mulheres agradece tantas opções para acordar loira ou com os fios curtos e dormir com madeixas longas e avermelhadas. Claro que é preciso algum sacrifício, afinal ficar bela tem seu preço, não apenas monetário, mas de horas nas mãos dos profissionais.
Para as tranças africanas, por exemplo, a cabeleireira Carol Tsukimi fecha o salão para a cliente a fim de colocar de 150 a 300 mechas de cabelo feito com náilon e vindo dos EUA. Ela faz as tranças a mão e encara cerca de dez horas de serviço em pé. “O toque final é queimar levemente as pontas para segurar mais o penteado”, explica.
A cliente precisa tomar alguns cuidados para conservar a “obra”. Segundo Carol, os fios devem ser lavados duas vezes por semana sem esfregar com muita força. As tranças duram dois meses.
Demanda
Fiz a trança africana após ver o penteado na cabeleireira.
Sempre tive vontade de ter esse tipo de cabelo, mas não sabia os cuidados necessários nem onde era possível aqui no Japão.
Jane Oliveira, 30 anos, de Isesaki (Gunma)
A maioria das brasileiras, conforme pesquisa do jornal Tudo Bem, fica de uma a quatro horas no salão.
Em Oizumi, em uma única rua, há três estabelecimentos que comprovam essa demanda.
Fios longos
Venho ao salão a cada 15 dias para hidratar o cabelo e deixá-lo forte e macio, porque ele tende a ressecar.
A cada hidratação, a cabeleireira Luiza também faz escova nos meus fios.
Marisa Sekimoto, de Oizumi (Gunma)
As mulheres gostam mesmo de cabelo comprido. A tendência agora é o corte repicado. Já as cores variam: loiro, caju, vermelho e castanho. Mesmo quem tem madeixas fartas adere ao alongamento para obter mais volume. Nesse caso, a cabeleireira Telma Yamazaki dispensa quatro horas para colar com queratina as cerca de 50 mechas provenientes da Itália. Ela também faz um tratamento chamado cau-terização, em que aplica queratina para proporcionar um cabelo mais forte.
A nanoqueratina é outro método que exige dois dias de dedicação de Telma. No primeiro, ela faz a reconstrução dos fios com injeção de queratina. No segundo, hidrata as madeixas, que não podem ser lavadas por 48 horas.
Chapinha
Queria mais volume e decidi pelo alongamento influenciada por uma amiga que foi ao Brasil.
A cada dois meses, vou ao salão da Telma para cortar o cabelo e fazer hidratação.
Larissa Moriwaki Ferraioli, 17 anos, de Oizumi (Gunma)
Algumas mulheres, mesmo com o cabelo escorrido, procuram o alisamento japonês. “As clientes escolhem esse tratamento porque querem baixar o volume do cabelo”, diz o cabeleireiro Carlos Gomes. Ele avisa que é necessário repetir a seqüência duas vezes por ano ou a cada quatro meses, se os fios forem enrolados. “Nesse caso, a cliente chega a ficar oito horas no salão”, observa.
Quadro
Corte | 2 mil a 3,5 mil ienes |
Tintura | 4 mil a 12 mil ienes |
Reflexo | 8 mil a 10 mil ienes |
Hidratação | mil a 7 mil ienes |
Alisamento japonês (final de semana) | 20 mil a 25 mil ienes |
Escova | a partir de 2 mil ienes |
Manicure | a partir de 1,5 mil ienes |
Pedicure | a partir de 2,5 mil ienes |
Trança africana | 40 mil a 60 mil ienes |
Nanoqueratina | 8 mil a 10 mil ienes |
Escova francesa (reduz volume) | 10 mil ienes |
Cauterização | 6 mil a 8 mil ienes |
Alongamento | a partir de 60 mil ienes |
Pesquisa feita nos seguintes salões em março de 2006: Charm Hair Shop, Keiko Hair Studio, Thelma Hair Shop e H.Ester