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Japão: celular com TV é popular mas lucro é difícil

A empresa de pesquisa Gartner prevê que serviços de vídeo e TV móveis serão adotados por pelo menos 10% dos assinantes de telefonia celular até 2009. O Japão e a Coréia do Sul vão liderar o movimento, mas ainda não está claro se o mercado se tornará um grande gerador de receitas para as empresas ou um segmento de nicho.Aparelhos como sistemas de navegação para carros e o console portátil de videogame DS, da Nintendo, também virão equipados com o serviço. Aqueles que buscam lucro com a tecnologia vão desde a maior operadora celular do Japão, NTT DoCoMo, a companhias de entretenimento digital, como a Index Holdings.Hisao Sakai adora seu celular que exibe programas de TV. O diretor de uma companhia de administração de investimentos comprou o aparelho para ver jogos de seu time favorito de beisebol e para assistir às partidas da Copa do Mundo de futebol enquanto está em trânsito. "É realmente muito bom. O único problema que tenho é que eu frequentemente assisto por muito tempo e acabo ficando com uma bateria sem energia. É por isso que eu carrego um segundo celular comigo agora", disse Sakai, 53.Os usuários de celulares do Japão, que já somam 92 milhões, em média trocam de aparelhos num prazo entre 18 meses e 2 anos e estão acostumados a usar seus telefones para mandar e-mail, navegar pela Internet e comprar produtos e serviços.Procura-se modelo de negócioDiferente da TV analógica para aparelhos portáteis, o novo serviço oferece imagens com uma qualidade muito maior, mesmo quando o usuário está em movimento. Os pontos negativos são que a tela é muito menor que os televisores domésticos e a bateria do celular se esgota após três horas.O serviço está disponível em Tóquio e em outras grandes cidades japonesas. Apesar da TV móvel ser popular entre usuários de trens, ela não ajuda quem é passageiro frequente do metrô, onde a recepção de sinais é baixa.A programação é atualmente igual a transmitida por emissoras de TV tradicional, o que significa que ela é gratuita. Estimativas de analistas e do setor de mídia calculam entre 600 mil e 1 milhão as vendas unitárias de celulares, um mercado ainda muito pequeno para gerar receita de publicidade."Modelos viáveis ainda não apareceram", disse Tomoyoshi Kuzushima, consultor de tecnologia da informação e telecomunicações do Nomura Research Institute. As esperanças da indústria estão relacionadas à publicidade e ao comércio eletrônico pela TV: links que guiam os telespectadores a comprar produtos que vêem em seus programas favoritos.Mas lucros significativos não virão antes de 2008, quando as regras de transmissão mudarem para permitir a exibição de programação criada para aparelhos portáteis, como canais de compra e leilões.Kuzushima prevê que as transmissões de TV digital do Japão poderão ser sintonizadas por cerca de 10,8 milhões de celulares em 2008, mas o mercado para esses dispositivos somente irá valer 9,1 bilhões de ienes (79 milhões de dólares).Até 2010, ele espera que os celulares que exibem TV alcancem 24,8 milhões de unidades para um mercado de 50 bilhões de ienes.